Linhas de Esquerda O blog da "resistence" ao poder estabelecido, "Fachó-Chic"
sexta-feira, janeiro 16, 2004
Porque eu não sou um liberal?
Porque ainda há pessoas que são idolatradas por muitos, que dizem estas maravilhas:
«"but for the very poor people I think it's good to have a very small government welfare component to be sure that they don't just starve. It shouldn't be too big, though",»Sabine Herold in theatlasphere (Via O Intermitente)
PS - Puristas como os que enchem a blogosfera devem ter ficado agoniados com a ideia de o Estado dar de comer aos pobres tirando desta forma, a liberdade de uma pessoa deixar ou não deixar um pobre morrer de fome.
Não só tive de férias como o meu tempo de blogue tem sido restringido com outros assuntos que me o ocupam em demasia. Por esse motivo a produção está como a portuguesa,...em queda. Se como o nosso PM diz vem ai a retoma esperem por mais posts à medida que o tempo passa.
Porque é que a recessão económica internacional só serve para justificar o desastre económico, mais que visível, deste governo e nunca para justificar o abrandamento económico no fim do mandato de Guterres?
Não compreendo a tua atitude. Devias estar a bater palmas pela governação socialista. No gráfico dos Indicadores de Síntese Económica, observa-se que em toda a governação socialista só meados de 2001 a economia apresentou resultados idênticos aos do anterior governo. Em todos os anos da Rosa houve convergência com a Europa. Mal este governo entrou em funções a economia travou a fundo e entrou na maior recessão que há memória. Espero que o efeito ilusão deste governo se dissipe sobre os teus olhos para veres a realidade. Por outro lado podes colocar também gráficos de índole menos económica e mais social para se ver o que realmente foi os anos da Rosa. Devo dizer que nas últimas legislativas também não votei nele mas, como vai a carruagem, talvez devesse ter votado.
A atribuição do Prémio Valmor ao novo prédio da Reitoria da UNL. Uma vergonha! Um prédio esteticamente pobre, não tendo, para mais, qualquer relação com o meio envolvente descaracterizando por completo a envolvente ao edifício da Faculdade de Economia. Verdadeiramente reprovável.
Santana Lopes acaba de gastar uma fortuna aos contribuintes em publicidade em vários jornais de destaque para dizer-nos que não gasta muito dinheiro em publicidade. Este homem é a coerência em pessoa. Ainda mais quando é visível o trabalho feito nessa área. Ao que ele chama de serviço público e informação de obra eu chamo propaganda populista. Não informar a população do início de obras e colocando cartazes apenas quando termina de tapar buracos não é serviço público, é propaganda populista. Quando gasta dinheiro em colocar tapumes e telas de protecção em obras privadas, não é serviço público, é propaganda populista. Quando gasta dinheiro a publicitar o plantar de umas flores, não é serviço público, é populismo. Quando se sobrepõe às Juntas de Freguesia na criação e distribuição de um pasquim local, não é serviço público, é propaganda populista. Quando fecha o Bairro Azul não é serviço público é populismo. Quando falta às assembleias municipais para ir para a SIC falar, não é serviço público é burrice e populismo barato. Quando concorrer para Presidente…… deus nos livre!!!!!
Não falta. É mesmo assim. Dadas as premissas, a conclusão só pode ser essa. Quem não gosta a conclusão terá que descobrir qual é a premissa que está errada. Suspeito que seja: o governo ilimitado da maioria é desejável. Esta é a premissa falsa. O governo da maioria deve ser limitado por regras constitucionais.
A democracia está longe de ser perfeita. O João Miranda e as suas teorias da ditadura das maiorias vieram-me relembrar disso mesmo. Num estado democrático é a maioria que elege um governo mas esse governo tem de governar para todos e não apenas segundo os interesses dessa maioria. Ou assim deveria ser. Tudo depende da ponderação das pessoas que ocupam esses lugares de decissão. São pessoas como o João Miranda que fazem da democracia aquilo que ela é e não o que ela deveria ser. Pessoas que pensam que só porque estão em maioria podem passar por cima de quem é mais fraco. Lembro apenas ao João Miranda que a constituição é criada e alterada por uma maioria. Nesse caso não é ela a salvaguarda das liberdades individuais de cada um. È a salvaguarda das liberdades individuais dos que pertencem à maioria. Não duvido que Mugabe tenha o apoio da maioria da população para expulsar os brancos do Zimbabué. Tenho a certeza que os pais e as mães de Bragança teria o apoio da maioria da população se decidissem em expulsar as putas e os ciganos da zona. E o João? Estaria com a maioria?
«Se é mesmo verdade que 75% dos portugueses não querem mais imigrantes então, se, como leio nos Blogs, a democracia é o governo da maioria, e se a democracia é desejável, então devemos fazer a vontade a esses 75% de portugueses.»
Dado que o Liberdade de Expressão não tem sistema de comentários não podemos aferir se falta ou não um ponto de interrogação no fim desta frase. Espero sinceramente que sim.